terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Microsoft deve desafiar o improvável e passar a trabalhar com o Android?


Com a aproximação do MWC 2014 e com o anúncio de que Satya Nadella é o novo CEO da Microsoft, o momento parece propício para a companhia realizar uma grande mudança em sua estratégia mobile. Apesar de elogiados, os aparelhos com o sistema operacional Windows Phone...


até o momento não conseguiram abocanhar uma fatia considerável do mercado global, e já há quem aposte que o desenvolvimento do sistema será encerrado em breve.
Reforçando os indícios de que uma mudança está prestes a ocorrer, durante os últimos meses a internet foi inundada por rumores sobre o Nokia Normandy, aparelho que pode marcar a entrada da subsidiária da Microsoft no mundo Android. Para alguns analistas, a mudança para o sistema da Google é o caminho natural caso a empresa realmente queira atuar de forma relevante em um segmento de mercado com o qual ela tem problemas em se estabelecer.
Apesar de a mudança para o Android ser possível, ela traz em si alguns questionamentos e problemas técnicos que podem tanto melhorar a situação da companhia quanto prejudicar ainda mais sua posição. Neste artigo, mostramos os dois lados dessa questão e apresentamos os motivos pelos quais a Microsoft deve abandonar o Windows Phone e as razões por que desistir de sua plataforma proprietária pode não ser exatamente uma boa ideia.



As restrições do GMS

Embora a divisão entre AOSP e GMS permita que qualquer fabricante produza dispositivos Android sem contar com os aplicativos proprietários da Google, cada vez mais essa se mostra uma escolha arriscada. Isso porque a divisão entre as duas partes da plataforma não é igualitária e cada vez mais funcionalidades importantes dependem do uso do GMS para funcionar.


Por exemplo, no Nexus 5, toda a interface de uso do smartphone é dependente do mecanismo de buscas integrado ao GMS. De forma similar, alguns APIs foram deixados de lado no AOSP para serem desenvolvidos plenamente somente na fatia fechada do sistema operacional da Google.
Exemplo disso é o API de localização por GPS do AOSP, que não sofre nenhuma mudança substancial desde o lançamento do Android 1.5, embora tenha continuado a ser desenvolvido na fatia GMS da plataforma. Com isso, muitos dos aplicativos que usam recursos de localização disponíveis atualmente para o Android dependem dessa parte fechada do sistema e simplesmente não podem ser adaptados facilmente para plataformas que não possuem as APIs proprietárias da Google.

As diferentes maneiras de trabalhar com o Android

Diante da maneira como o Android é construído, a Microsoft teria que fazer algumas decisões importantes na hora de trabalhar com o sistema operacional. Ela poderia simplesmente seguir o mesmo caminho de empresas como Samsung, Sony e HTC e apostar somente em mudanças superficiais da plataforma — o que basicamente significaria deixar o futuro de seus esforços nas mãos da Google — ou teria a opção de abandonar a fatia GMS e trabalhar somente em cima do sistema AOSP, criando um “fork” (divisão) próprio do sistema operacional.
Esse é o caminho que a Amazon decidiu seguir ao criar o Kindle Fire e a maneira como muitas fabricantes chinesas lidam com a plataforma. Como contraponto ao fato de que isso significa perder o acesso a recursos importantes da Google e o suporte a alguns aplicativos, essa alternativa permite realizar uma série de modificações que não seriam possíveis de outra forma — entre elas, estabelecer a dependência de uma loja proprietária para o sistema.


Compatibilidade ou controle: escolha somente uma opção

Caso realmente opte pela transição para o Android, a Microsoft terá na união entre o AOSP e o GMS como única alternativa para oferecer todos os aplicativos compatíveis com o sistema operacional — o que não é exatamente uma boa opção para ela, já que isso significaria ceder as decisões sobre o futuro de seus aparelhos à Google, algo que só deve aumentar a cada nova versão da plataforma.
Levando em consideração os rumores relacionados ao Nokia Normandy, a empresa deve adotar a opção pelo AOSP reforçado por algumas APIs próprias que favorecem serviços como o Bing e o sistema de mapas proprietário da Nokia. Com isso, o aparelho deve ficar sem receber apps populares como Plants vs. Zombies 2 e a última encarnação da série Angry Birds, entre outros — algo que não deve importar tanto assim, visto que o dispositivo deve possuir um hardware modesto, o que significa que ele será mais voltado para quem está entrando no mundo dos smartphones do que a usuários avançados (estratégia que deu certo para muitas fabricantes chinesas).
Embora no caso do Normandy essa estratégia possa funcionar, as restrições de compatibilidade vistas em aparelhos mais poderosos trariam problemas à Microsoft — ainda mais quando se leva em consideração os aparelhos produzidos por concorrentes como Samsung, LG, HTC e Sony, entre outras.
Diante dessa situação, faria muito mais sentido para a empresa continuar investindo no Windows Phone: afinal, se é preciso lidar com uma linha de aparelhos com uma quantidade restrita de aplicativos, é melhor para a companhia continuar trabalhando naquilo que já conhece e já investiu uma boa quantidade de recursos.


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/microsoft/51431-a-microsoft-deve-desafiar-o-improvavel-e-passar-a-trabalhar-com-o-android-.htm#ixzz2tfGLgjb8


Fonte:http://www.tecmundo.com.br/microsoft/51431-a-microsoft-deve-desafiar-o-improvavel-e-passar-a-trabalhar-com-o-android-.htm

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